Contrário do que muitos pensam, a criança não
inicia sua educação na escola. Desde o seu nascimento, ela está aprendendo e
quando chega a escola já traz consigo uma cultura em formação. No entanto, essa
formação pode ser benéfica para o convívio do restante da sociedade ou não.
Quando uma criança se depara com situações de
dificuldades em termos de aprendizagem é o momento de levar em consideração os
fatores relacionados a sua formação de valores familiar, sendo necessário
prestar atenção em seu comportamento e atitudes objetivando uma brecha para
chegar ao problema e poder ajudar essa criança. Se a criança convive num ambiente
de brigas constantes, trocas de palavras ofensivas, agressões físicas ou, até
mesmo, de abusos sexuais. Possivelmente, em algum momento ela deixará
transparecer este segredo. E o professor deve estar atento no processo
ensino/aprendizagem de seus alunos, só assim poderá ajudá-lo.
A instabilidade emocional de uma criança
ou adolescente pode ser um alerta ao professor de que alguma coisa pode estar
errada. Nem sempre, terá ligação com a violência, há certas mudanças na rotina
familiar que acabam interferindo na aprendizagem e requer atenção do
profissional da educação.
As vezes essa criança ou adolescente vivencia
constantemente a violência verbal, com xingamento e gritos, causando tanto
efeito quanto todas os outros tipos de violência.
Para o agressor, as palavras pronunciadas
diretamente a vítima perde o sentido pouco tempo depois, todavia, para a vítima
isso pode levar tempo demais culminando suas emoções psicológicas.
A violência doméstica infantil pode ocorrer de
várias formas: física, verbal, psicológica, sexual, negligência afetiva,
alimentação, higiene entre outros. Contrário do que muitos acreditam, o abuso
sexual não é apenas o ato sexual consumado.
Pode-se conceituar os atos de violência como
seduzir eroticamente por palavras, toques em partes íntimas, prostituição e
tráfico, classificando-se como violência física e psicológica.
É comum imaginar que meninas são mais propicias
a tais casos, mas, infelizmente, a situação vai muito mais além.
O fato “aculturado” de que o menino tem mais
liberdade e que meninas precisam estar sobre maior vigilância, acaba
favorecendo o agressor, e isso se procede justamente pela imposição da própria
sociedade em relação ao gênero masculino. Ele cresce com um pensamento formado
de que precisa ser forte e a fraqueza pode afetar a sua masculinidade.
Após o abuso, se o menino entende que por um
instante apreciou o ato, certamente sentira-se culpado mantendo-se em silêncio.
Para o homem, fica difícil definir a questão do
abuso sexual, podendo confundir seus sentimentos pelo fato de ter sentido
prazer, se não fez nada para evitar ou medo das consequências em falar a
verdade.
O menino, muitas vezes, recebe uma educação
machista, levando-o a se posicionar de forma inadequada em suas atitudes na
tentativa de provar para à sociedade sua masculinidade. (PINTO, 2005). E
isso pode dificultar que ele confidencie para alguém que está sofrendo abusos,
precisando de mais atenção ao caso.
É incontestável a importância do papel da
escola para melhor atender ou direcionar o aluno nessas circunstâncias.
A organização escolar tem a obrigação de buscar
solução e agir em favor da criança e do adolescente com intuito de reduzir a
violência O professor ao desconfiar da existência do problema, deve
imediatamente conversar com a direção da escola e juntos encaminhar para
atendimentos e principalmente, ter sigilo para não expor essas vidas a
constrangimentos.
A criança, que sofre violência sempre terá um
perfil diferenciado, ela poderá apresentar-se com timidez ao extremo,
agressividade com os colegas e até mesmo com o professor, tristeza constante,
medo, insegurança, não querer voltar para casa depois da aula, não gostar de
falar sobre a família ou do qual tem sido o agressor, isolamento na hora do
recreio não conseguindo se socializar com os colegas entre outros. “Esse é o
papel do professor, ficar atento ao comportamento da criança e/ou adolescente e
uma vez que identifique uma suspeita de abusos e/ ou maus-tratos, deve
comunicar aos órgãos competentes”. (BRINO; GIUSTO; BANNWART, 2011).
O educador e toda equipe pedagógico diretiva da
escola podem acionar o atendimento do Conselho Tutelar para executar uma
denúncia sem mesmo precisar se deslocar do âmbito escolar e se preferir, não há
necessidade de identificação. Mas é aconselhável que o gestor vá até o órgão e
registre por escrito para facilitar o processo, pois há muitas ligações sem
autoria de apenas zombarias que só atrapalham a ação do Conselho Tutelar.
(BRINO; GIUSTO; BANNWART, 2011).
Qualquer que seja a forma de escolha de
denúncia, requer esclarecimentos preciso do caso, enquanto para o órgão compete
agilidade, evitando que as mesmas informações sejam complementadas ainda pelo
educador, evitando assim a exposição da criança e do adolescente a maiores
sofrimentos e equívocos (BRASIL, s. d. p. 72).
O professor deve chamar os pais ou responsável
para uma conversa caso identifique alguma anormalidade no aluno, mas quando se
trata de violência essa decisão nem sempre resulta positivamente. Podendo
despertar no agressor meios de fugir das punições, prejudicando ainda mais a
vítima. (BRINO; GIUSTO; BANNWART, 2011).
Existe ainda, o denunciar sem contato direto
com o Conselho Tutelar, o educador poderá comunicar a Secretaria de Educação do
Município ou localidade, a qual realizará essa denúncia enquanto o educador
passa despercebido. (BRINO; GIUSTO; BANNWART, 2011). Basta o educador se
conscientizar de suas obrigações.
Depois dos depoimentos acerca da violência
doméstica e a importância da participação da escola para constatar se o aluno
vivencia ou não algum tipo de violência em seu convívio familiar, observou-se
que não há tanta clareza sobre o papel da escola para decifrar o código por
meio do comportamento dessas crianças e adolescentes que estão sujeitas ao
domínio alienante de um agressor dentro de sua própria casa.
Ainda que estes, apenas presenciem as agressões intrafamiliar contra qualquer que seja o membro de sua família, mesmo indiretamente as consequências dessas evidencias são devastadores psicologicamente e precisa ser encarada como algo de extrema importância pela diretiva escolar. Refletindo ainda, quais os procedimentos devem ser tomados para colaborar em favor da vítima, é notório a falta do trabalho sistêmico em combate a violência doméstica.
A escola carece de preparo para agir e isso sucede-se em diversos países, principalmente no Brasil. Os discursos preparatórios são direcionados com ênfase para os profissionais da saúde, entendendo a necessidade de formação para os profissionais de educação, preparando-os para atuar em sala de aula.
LIVRO CITADO NO TEXTO
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