NÃO PODEMOS IGNORAR A NECESSIDADE DA CRIANÇA
A violência intrafamiliar abrange toda a
família, envolvendo pais, filhos, irmãos, avós, tios, primos, entre outros,
especialmente aqueles que coabitam o mesmo ambiente e são considerados parte da
família.
Existem diversos tipos de violência que podem
ocorrer dentro do ambiente familiar. No entanto, o foco destes relatos se
direciona para a negligência infantil.
A violência intrafamiliar contra crianças se
manifesta em diversas formas, incluindo negligência, brutalidade física, abuso
sexual e psicológico. A negligência é caracterizada pela omissão dos pais ou
responsáveis em suprir as necessidades físicas e emocionais das crianças
(Delanez, 2012, p. 13).
A negligência infantil é lamentavelmente comum
em nossa sociedade, e há casos em que as crianças enfrentam todos os tipos de
abandono. Frequentemente, a responsabilidade dos pais ou responsáveis é
transferida para outros membros da família, e a criança, que já sofreu
maus-tratos, é forçada a se adaptar a um novo ambiente, mesmo que seja com um
parente. Infelizmente, nem todas as crianças têm a mesma sorte de encontrar um
ambiente melhor.
Um exemplo negativo ocorre quando a criança
perde um dos pais e sua guarda é assumida pelos avós, tios, ou outros. A
criança leva consigo suas dores e angústias para um novo lugar, o que pode
resultar em comportamentos rebeldes e agressivos. O familiar responsável muitas
vezes interpreta erroneamente esses comportamentos como falta de educação, e a
violência continua. É triste pensar que uma criança precisa sofrer tantos
maus-tratos para ser "educada". O uso de força física nunca foi e
nunca será o melhor método de educação, assim como a violência psicológica.
Confesso que sinto raiva quando ouço alguém
afirmar que surras transformam as pessoas em seres de bem. Surras fazem
diferença sim, mas para piorar o desenvolvimento humano.
A maioria das crianças que sofre violência se
torna adultos frustrados e tristes. Embora haja exceções, com adultos que
conseguem superar tais traumas e seguir adiante, não podemos ignorar aqueles
que nunca conseguem superá-los.
Outro aspecto importante é a falsa impressão de
uma família unida e feliz durante os encontros e confraternizações. Proteja
suas crianças; educar com amor também significa protegê-las e afastá-las de
parentes que demonstram comportamentos suspeitos em relação a elas.
Se houver na sua família uma avó ou tio que
despreza seu filho, afaste-se e evite novos encontros. Se seu filho está sendo
rejeitado de alguma forma, fique atento e proteja-o contra qualquer forma de
maldade. As crianças merecem nosso amor e cuidado.
Não force seu filho a gostar de quem não inspira confiança nele. Respeite seu comportamento e observe atentamente, pois isso pode prevenir a violência infantil.
Deixo como sugestão para leitura um artigo da
autora Geovana Oliveira Delanez. “A VIOLÊNCIA INTRAFAMILIAR E SUAS
CONSEQUÊNCIAS NO DESENVOLVIMENTO DA CRIANÇA”. Encontra-se em PDF para baixar.
QUANDO A FAMÍLIA "NÃO SABE AMAR"
"Por trás da fachada acolhedora e dos
abraços calorosos, residia uma realidade sombria e desconcertante. Os avós, figuras
veneráveis aos olhos da sociedade, guardavam um segredo perturbador: sua
relação com os netos era tudo, menos amorosa.
Os laços familiares, tão celebrados e
enaltecidos, eram tingidos por uma amargura palpável. Os avós, em vez de serem
os pilares de sabedoria e afeto, revelavam-se como críticos implacáveis,
desdenhando dos netos com palavras ásperas e atitudes condenatórias.
Não havia espaço para o carinho genuíno ou o
apoio incondicional. Em vez disso, predominavam as murmurações venenosas e as
expressões de desdém. Os netos eram alvos constantes de suas críticas mordazes,
alvo de desprezo e desaprovação.
E não bastava o desdém nos confins do lar; os
avós faziam questão de difamar os netos perante os outros parentes, propagando
suas queixas e ressentimentos. Como uma mancha que se espalha, suas palavras
envenenadas corroíam a imagem dos netos diante da família, semeando
desconfiança e desarmonia.
Assim, por trás dos sorrisos forçados e das
gentilezas superficiais, escondia-se uma dinâmica familiar distorcida, onde o
amor e a aceitação eram substituídos pela crítica implacável e pelo desejo
oculto de causar mal. Os avós, figuras que deveriam representar a essência do
afeto familiar, tornavam-se os arautos da discórdia e da desilusão para os
netos desafortunados."
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