quarta-feira, 2 de setembro de 2020

VIOLÊNCIA FAMILIAR: IMPACTOS NA APRENDIZAGEM





Contrário do que muitos pensam, a criança não inicia sua educação na escola. Desde o seu nascimento, ela está aprendendo e quando chega a escola já traz consigo uma cultura em formação. No entanto, essa formação pode ser benéfica para o convívio do restante da sociedade ou não.

Quando uma criança se depara com situações de dificuldades em termos de aprendizagem é o momento de levar em consideração os fatores relacionados a sua formação de valores familiar, sendo necessário prestar atenção em seu comportamento e atitudes objetivando uma brecha para chegar ao problema e poder ajudar essa criança. Se a criança convive num ambiente de brigas constantes, trocas de palavras ofensivas, agressões físicas ou, até mesmo, de abusos sexuais. Possivelmente, em algum momento ela deixará transparecer este segredo. E o professor deve estar atento no processo ensino/aprendizagem de seus alunos, só assim poderá ajudá-lo. 

 A instabilidade emocional de uma criança ou adolescente pode ser um alerta ao professor de que alguma coisa pode estar errada. Nem sempre, terá ligação com a violência, há certas mudanças na rotina familiar que acabam interferindo na aprendizagem e requer atenção do profissional da educação.

As vezes essa criança ou adolescente vivencia constantemente a violência verbal, com xingamento e gritos, causando tanto efeito quanto todas os outros tipos de violência.

Para o agressor, as palavras pronunciadas diretamente a vítima perde o sentido pouco tempo depois, todavia, para a vítima isso pode levar tempo demais culminando suas emoções psicológicas.

A violência doméstica infantil pode ocorrer de várias formas: física, verbal, psicológica, sexual, negligência afetiva, alimentação, higiene entre outros. Contrário do que muitos acreditam, o abuso sexual não é apenas o ato sexual consumado. 

Pode-se conceituar os atos de violência como seduzir eroticamente por palavras, toques em partes íntimas, prostituição e tráfico, classificando-se como violência física e psicológica.

É comum imaginar que meninas são mais propicias a tais casos, mas, infelizmente, a situação vai muito mais além.

O fato “aculturado” de que o menino tem mais liberdade e que meninas precisam estar sobre maior vigilância, acaba favorecendo o agressor, e isso se procede justamente pela imposição da própria sociedade em relação ao gênero masculino. Ele cresce com um pensamento formado de que precisa ser forte e a fraqueza pode afetar a sua masculinidade.

Após o abuso, se o menino entende que por um instante apreciou o ato, certamente sentira-se culpado mantendo-se em silêncio.

Para o homem, fica difícil definir a questão do abuso sexual, podendo confundir seus sentimentos pelo fato de ter sentido prazer, se não fez nada para evitar ou medo das consequências em falar a verdade.

O menino, muitas vezes, recebe uma educação machista, levando-o a se posicionar de forma inadequada em suas atitudes na tentativa de provar para à sociedade sua masculinidade. (PINTO, 2005).  E isso pode dificultar que ele confidencie para alguém que está sofrendo abusos, precisando de mais atenção ao caso.

É incontestável a importância do papel da escola para melhor atender ou direcionar o aluno nessas circunstâncias. 

A organização escolar tem a obrigação de buscar solução e agir em favor da criança e do adolescente com intuito de reduzir a violência O professor ao desconfiar da existência do problema, deve imediatamente conversar com a direção da escola e juntos encaminhar para atendimentos e principalmente, ter sigilo para não expor essas vidas a constrangimentos.

A criança, que sofre violência sempre terá um perfil diferenciado, ela poderá apresentar-se com timidez ao extremo, agressividade com os colegas e até mesmo com o professor, tristeza constante, medo, insegurança, não querer voltar para casa depois da aula, não gostar de falar sobre a família ou do qual tem sido o agressor, isolamento na hora do recreio não conseguindo se socializar com os colegas entre outros. “Esse é o papel do professor, ficar atento ao comportamento da criança e/ou adolescente e uma vez que identifique uma suspeita de abusos e/ ou maus-tratos, deve comunicar aos órgãos competentes”. (BRINO; GIUSTO; BANNWART, 2011).

O educador e toda equipe pedagógico diretiva da escola podem acionar o atendimento do Conselho Tutelar para executar uma denúncia sem mesmo precisar se deslocar do âmbito escolar e se preferir, não há necessidade de identificação. Mas é aconselhável que o gestor vá até o órgão e registre por escrito para facilitar o processo, pois há muitas ligações sem autoria de apenas zombarias que só atrapalham a ação do Conselho Tutelar. (BRINO; GIUSTO; BANNWART, 2011).

Qualquer que seja a forma de escolha de denúncia, requer esclarecimentos preciso do caso, enquanto para o órgão compete agilidade, evitando que as mesmas informações sejam complementadas ainda pelo educador, evitando assim a exposição da criança e do adolescente a maiores sofrimentos e equívocos (BRASIL, s. d. p. 72).

O professor deve chamar os pais ou responsável para uma conversa caso identifique alguma anormalidade no aluno, mas quando se trata de violência essa decisão nem sempre resulta positivamente. Podendo despertar no agressor meios de fugir das punições, prejudicando ainda mais a vítima. (BRINO; GIUSTO; BANNWART, 2011).

Existe ainda, o denunciar sem contato direto com o Conselho Tutelar, o educador poderá comunicar a Secretaria de Educação do Município ou localidade, a qual realizará essa denúncia enquanto o educador passa despercebido. (BRINO; GIUSTO; BANNWART, 2011). Basta o educador se conscientizar de suas obrigações.

Depois dos depoimentos acerca da violência doméstica e a importância da participação da escola para constatar se o aluno vivencia ou não algum tipo de violência em seu convívio familiar, observou-se que não há tanta clareza sobre o papel da escola para decifrar o código por meio do comportamento dessas crianças e adolescentes que estão sujeitas ao domínio alienante de um agressor dentro de sua própria casa.

 Ainda que estes, apenas presenciem as agressões intrafamiliar contra qualquer que seja o membro de sua família, mesmo indiretamente as consequências dessas evidencias são devastadores psicologicamente e precisa ser encarada como algo de extrema importância pela diretiva escolar. Refletindo ainda, quais os procedimentos devem ser tomados para colaborar em favor da vítima, é notório a falta do trabalho sistêmico em combate a violência doméstica.

A escola carece de preparo para agir e isso sucede-se em diversos países, principalmente no Brasil.  Os discursos preparatórios são direcionados com ênfase para os profissionais da saúde, entendendo a necessidade de formação para os profissionais de educação, preparando-os para atuar em sala de aula. 


LIVRO CITADO NO TEXTO   


 

Poderão acessar o link abaixo e visitar outro blog para jogos e brincadeiras que auxiliarão os professores e os pais.

terça-feira, 1 de setembro de 2020

VIOLÊNCIA DOMÉSTICA E A FORMAÇÃO DA CRIANÇA

 


Toda criança merece um lar que lhe proporcione segurança, cuidado, alimentação, saúde, higiene, afeto e bem-estar. Quando o ambiente familiar falha em oferecer esses cuidados, as consequências podem gerar traumas que perduram até a vida adulta.

Em épocas passadas, a violência contra crianças e adolescentes era mais tolerada pela sociedade, em parte devido à maneira como a infância era compreendida naquele contexto histórico. A infância começou a ser reconhecida como uma fase distinta apenas a partir do século XVIII, com uma evolução gradual até ser mais valorizada nos séculos seguintes. Em muitas culturas, práticas que hoje seriam consideradas abusivas, como o toque nas partes íntimas das crianças por adultos, eram aceitas como normais. No entanto, é importante reconhecer que essas práticas são repugnantes e não podem ser justificadas por diferenças culturais (NASCIMENTO, 2015).

Atualmente, embora algumas sociedades ainda tentem ocultar a violência contra crianças e adolescentes, há uma crescente conscientização sobre esse problema. A partir do século XVII, a infância passou a ser vista como uma fase crucial na vida, destacando-se a importância do cuidado e da proteção por parte dos adultos responsáveis. No entanto, ainda há casos em que a violência ocorre dentro do ambiente familiar, onde a criança deveria se sentir mais segura, causando confusão e impactos psicológicos significativos (PARANÁ, 2014).

A criança, que naturalmente confia nos adultos da família para protegê-la, pode se ver diante de uma realidade assustadora quando testemunha atos de violência. Isso pode levar a uma percepção distorcida da vida e de seu direito à felicidade (SAGIM, 2008). O sofrimento causado pela violência é duplo para a vítima, que além do momento traumático, enfrenta uma luta constante contra as consequências psicológicas e emocionais, enquanto o agressor muitas vezes continua sua vida sem sofrer as mesmas consequências (DELANEZ, 2012).

Os efeitos do abuso físico podem se manifestar de diversas formas, desde comportamentos considerados estranhos até problemas de relacionamento e dependência de substâncias como álcool e drogas (DELANEZ, 2012). Além disso, a separação dos pais pode causar impactos emocionais profundos nas crianças, que muitas vezes se sentem abandonadas e confusas diante das disputas entre os adultos responsáveis (JUNQUEIRA, 1998, apud SAGIM, 2008).

É fundamental oferecer apoio psicológico às vítimas de violência durante sua transição para a vida adulta, a fim de mitigar os danos emocionais e promover sua recuperação.


 Uma pequena história baseada em fatos reais 

A REJEIÇÃO VIOLENTA NA INFÂNCIA PODE CAUSAR PROBLEMAS NA VIDA ADULTA.

A jovem, envolta em um ideal romântico, casou-se aos 16 anos e foi viver com sua sogra, junto aos seus cunhados mais novos. Inspirada por suas muitas horas assistindo novelas, ela começou a imaginar cenas românticas da ficção se desenrolando em sua própria vida.

Com o tempo, seu coração se inclinou para um dos seus cunhados. Movida por seus sonhos românticos, ela planejou um encontro secreto no quintal da casa, quando todos estavam ausentes. No entanto, suas esperanças foram frustradas quando ele não correspondeu às suas expectativas, recusando-se a se envolver em sua fantasia.

Desapontada, a jovem buscou de várias maneiras minar o casamento de seu cunhado, incapaz de lidar com a rejeição, um trauma que remontava à sua infância, quando enfrentou a falta de aceitação de seus próprios pais, uma ferida que nunca cicatrizou completamente em sua vida adulta.


 Frase que resume o comportamento de uma menina mulher, que está sofrendo de ansiedade por refletir sobre tudo o que aconteceu na sua vida até o momento.

  "A jovem que se viu forçada a amadurecer precocemente engoliu inúmeras adversidades, e mesmo agora, em sua idade avançada, sente a voz da criança interior clamando por liberdade dentro dela."

SUGESTÃO DE LIVRO 


 

 

VIOLÊNCIA CONTRA MULHERES NO BRASIL

 


O Brasil, país marcado por uma rica diversidade cultural, tem suas raízes entrelaçadas com a disseminação da violência em todas as esferas sociais.

Essa condição tem suas bases na própria história do país. Desde os tempos da colonização, observa-se a presença de injustiças marcantes. Com a chegada dos portugueses, os povos indígenas foram sujeitados a diversos tipos de violência. As mulheres foram reduzidas a meros objetos de desejo sexual dos colonizadores. Da mesma forma, as mulheres escravizadas eram compelidas a satisfazer os caprichos de seus senhores, enquanto as crianças nascidas nessas circunstâncias eram destinadas à escravidão ou, muitas vezes, vendidas por seus proprietários. A violência se manifestava através do exercício do poder do opressor sobre a vítima (MINAYO, 2006).

A necessidade de superioridade do homem sobre o gênero oposto é um fenômeno enraizado na sociedade, muitas vezes percebido como uma competição entre os sexos, alimentada pela noção equivocada de que é preciso provar algo. Ao longo do século XX, o Brasil foi marcado por períodos de turbulência social, política e ideológica. Durante a ditadura, milhares de brasileiros sofreram injustiças impostas por aqueles que detinham o poder. Incluíam-se nesse cenário todo tipo de tortura física, incluindo o estupro de mulheres como forma de humilhar os homens (MINAYO, 2006).

Em 2006, foi promulgada a Lei Maria da Penha nº 11.340, que abrange todo o território nacional. Essa legislação representa um avanço na promoção da igualdade de gênero e estabelece um mecanismo específico para lidar com questões de violência doméstica e intrafamiliar contra a mulher. No entanto, é importante ressaltar que esta lei, assim como o Juizado Especial Criminal (JECRIM), enfoca predominantemente políticas de assistência social e proteção, sem contemplar todas as formas de violência contra a mulher como crimes puníveis judicialmente (MEDEIROS, 2015, BATISTA, 2016, citado por MELLO, 2018).

A Lei nº 13.641/18 ampliou o escopo ao definir como crime qualquer tipo de agressão contra a mulher. Dessa forma, aqueles que violarem decisões de medidas protetivas podem ser condenados à prisão por um período de 3 meses a 2 anos.

Ao longo desse percurso, algumas mudanças significativas ocorreram em relação às conquistas das mulheres brasileiras. A urbanização, as migrações internas e externas, a formação da classe operária, os meios de comunicação e as mudanças sociais e econômicas desempenharam papéis fundamentais nesse processo de transformação histórica. É imprescindível entender que essas mudanças afetaram profundamente a vida das mulheres, cujo papel na sociedade deixou de ser restrito ao de esposa, mãe e dona de casa, permitindo-lhes trabalhar fora de casa em fábricas para contribuir com as necessidades familiares (SAGIM, 2008).

No entanto, é evidente que, ao ingressar no mercado de trabalho, as mulheres enfrentam jornadas extenuantes por salários muitas vezes irrisórios, e frequentemente estão sujeitas a assédio por parte dos empregadores.

Infelizmente, a violência contra as mulheres persiste. Todos os dias somos confrontados com relatos chocantes na televisão e nas redes sociais de atrocidades cometidas contra elas. Embora as mulheres tenham conquistado mais espaço, muitas ainda estão sujeitas a tratamentos violentos, e diariamente testemunhamos mortes perpetradas por seus parceiros. A pergunta que fica é: quando isso terá fim?


A violência contra as mulheres pode assumir várias formas, algumas das quais incluem:

Violência Física: Compreende qualquer ação que cause dano físico ou lesão ao corpo da mulher, como bater, socar, empurrar, estrangular, entre outros.

Violência Psicológica ou Emocional: Envolve comportamentos que visam controlar, manipular ou intimidar a mulher emocionalmente, como humilhação, ameaças, chantagem emocional, isolamento social, entre outros.

Violência Sexual: Refere-se a qualquer forma de coerção ou abuso sexual contra a mulher, incluindo estupro, coerção sexual, abuso sexual na infância, assédio sexual, entre outros.

Violência Econômica ou Financeira: Consiste em controlar os recursos financeiros da mulher, restringir seu acesso ao dinheiro, impedir que ela trabalhe ou estude, ou forçá-la a assinar documentos financeiros contra sua vontade.

Violência Patrimonial: Envolve danificar ou destruir os pertences pessoais da mulher, ou controlar suas propriedades, herança ou bens materiais.

Violência Institucional: Refere-se à discriminação e violência perpetradas por instituições públicas ou privadas, como a polícia, o sistema judicial, os serviços de saúde, entre outros.

Violência Virtual ou Digital: Compreende o uso de tecnologia da informação e comunicação para controlar, assediar, ameaçar ou difamar a mulher, como o cyberstalking, o envio de mensagens abusivas ou a divulgação não consensual de imagens íntimas.

Violência Reprodutiva: Consiste em controlar a capacidade reprodutiva da mulher, como forçá-la a ter filhos contra sua vontade, impedir o acesso a contraceptivos ou aborto seguro, ou praticar esterilização forçada.

Esses são alguns dos principais tipos de violência contra as mulheres, e é importante reconhecer que muitas vezes eles se sobrepõem, tornando a experiência da vítima ainda mais complexa e prejudicial.

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"A VIOLÊNCIA DOMÉSTICA DESTRÓI SONHOS"

"ALGUMAS HISTÓRIAS QUE FORAM DESTRUÍDAS PELA VIOLÊNCIA DOMÉSTICA"  ELA NÃO GOSTA DAS DATAS DE FINAIS DE ANO Compreendo a sua his...